
Pra que mais tarde, eu saísse de casa.
Ela me mostrou uma longa escada
Que transpassava o céu,
E ia até o fim das nuvens escuras.
Ela sujou minha boca de fel,
E me disse coisas absurdas.
Pra que entre os soluços do meu choro
Eu logo pudesse me transformar.
Pra que eu pudesse insultar
O meu antigo eu e mandá-lo embora.
Ela me deu um ardente consolo
E me mandou agilizar o amanhecer.
Me disse que vodka é forte
Mas às vezes ajudar a entender,
A acidez do sentimento
Os sólidos cristais da mente.
Ela levantou a saia,
E irradiando um golpe rápido
Me ofuscou a cara
Com aquele elemento sádico
Que me agradara devorar.
Ela me deu a mão e o mundo
Tudo ao mesmo tempo.
Num biscuit colorido e sem fundo,
Que jorrava vida
E aprisionava meus medos.
Ela fez e desfez de mim!
Foi-se e voltou logo em seguida!
Me fez um pequeno favor,
E fugiu...
Sem rastros nem feridas
Clandestina e sem pudor!
E o choque!
Acordei de manhã e pasmo percebi...
Você é um sonho!
Melado, interrompido e atordoado,
Eu não queria acordar.
Ass: Mamedes Júnior.
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